quarta-feira, 22 de junho de 2016

Exército adquire robôs para operações com bombas !



2º Batalhão de Engenharia de Combate recebe sistema de desativação de artefatos explosivos.

Pindamonhangaba (SP) – O 2º Batalhão de Engenharia de Combate (BE Cmb) realizou, na manhã do dia 12 de maio 2016, uma demonstração das capacidades operacionais dos robôs Teodor e Telemax, adquiridos pelo Exército Brasileiro, ao adjunto do Núcleo da Diretoria de Material de Engenharia, Coronel Valença, e a militares do Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Estado de São Paulo. À tarde, o robô Telemax percorreu uma pista de obstáculos e mostrou ser capaz de enfrentar diversos tipos de terreno.


A aquisição dos dois aparelhos representa para a Força Terrestre um avanço significativo no manuseio de explosivos. O objetivo é que o robô estabeleça o primeiro contato com o artefato explosivo, realizando a neutralização do material sem que seja necessária a exposição de seres humanos.
As atividades realizadas no 2º BE Cmb, na 11ª e na 12ª Companhia de Engenharia de Combate Leve (Cia E Cmb L) estiveram sob a avaliação do Coronel Valença. O antigo comandante do 2º BE Cmb explicou que a aquisição dos robôs faz parte de um projeto que a Força Terrestre iniciou há cinco anos. “Os robôs são uma ferramenta do sistema. O sistema é constituído de partes que se integram para cumprir uma determinada finalidade, ou seja, o robô sozinho tem a sua atuação muito limitada se não houver integração, por exemplo, com um aparelho de Raios-x ou um bloqueador de frequência. Os outros acessórios potencializam o emprego dele”, enfatizou o coronel.

A instrução

Durante cinco semanas, técnicos e engenheiros da empresa alemã que produziu os robôs estiveram em Pindamonhangaba para ministrar instrução teórica e prática a 12 militares do Exército Brasileiro e a cinco representantes da Força Nacional de Segurança Pública.


O major Silvério, do Departamento de Obras Militares, participou do período de instrução e, durante todo o dia, explicou aos visitantes os detalhes técnicos da operação dos robôs. “A instrução teve o propósito de capacitar os militares do Exército Brasileiro para ficar em condições de operar e realizar a manutenção dos equipamentos recebidos da Alemanha, no caso os dois robôs, que compõem esse sistema maior de desativação de artefatos explosivos”, ressaltou o major.


Ele explicou que a instrução teórica foi desenvolvida no 2º BE Cmb e a parte prática, que necessitava de cuidados adicionais de segurança, na área da 11ª e da 12ª Cia E Cmb L. “O batalhão agora tem um núcleo de profissionais capacitados a operar com esses robôs de alta tecnologia”, destacou.


Os robôs


O robô Telemax pesa 75 quilos e possui capacidade para operar em diversos tipos de terreno. Na demonstração realizada no dia 12 de maio, o aparelho subiu as escadas para o andar superior do 2º BE Cmb. Entre os acessórios do robô, destacam-se um aparelho inibidor de sinal, um aparelho de Raios X e um cano disruptor de água. As quatro câmeras acopladas ao equipamento permitem que as operações sejam realizadas mesmo que o robô não esteja no campo visual do operador. O painel de controle do equipamento pode ficar até a um quilômetro de distância do local da operação.


Na simulação realizada na área da 11ª e da 12ª Cia E Cmb L, o robô Telemax identificou um artefato explosivo com o aparelho de Raios-x e, com o intuito de neutralizar o material, disparou água pressurizada a partir de um canhão disruptor a fim de separar a espoleta do explosivo.


“Mais robusto”, o robô Teodor pesa 300 quilos e é capaz de carregar uma carga de até 100 quilos, desde que próximo ao chassi. Teodor é equipado com uma arma de calibre 12 e pode realizar o arrombamento de portas, de acordo com os engenheiros alemães. Ambos os robôs são movidos a bateria com autonomia de duas a quatro horas de trabalho ininterruptas.



Por que Pindamonhangaba?


Durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, o 2º BE Cmb, subordinado à 2ª Divisão de Exército, será empregado no âmbito das ações do Comando de Defesa de Área de São Paulo. O coronel Valença enumerou os motivos que levaram o 2º Batalhão de Engenharia de Combate a ser contemplado com o recebimento dos dois robôs. “O 2º BE Cmb, tradicionalmente, prepara os militares que vão para a Missão de Paz no Haiti para atuar na área de explosivos. Aqui, em Pindamonhangaba, estamos próximos de centros de fabricação de explosivos, como as cidades de Lorena e Piquete, o que facilita a visita de técnicos e engenheiros que venham a prestar suporte. E também temos um bom intercâmbio com a Polícia Militar de São Paulo, que possui vários especialistas nessa área. Isso tudo nos levou a indicar o 2º BE Cmb como a organização militar que receba de forma pioneira esse sistema”, esclareceu o adjunto do Núcleo da Diretoria de Material de Engenharia.

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