As pesquisas,lideradas pelo professor de patologia Richard Levenson, da Universidade da Califórnia, demonstraram que estas aves são capazes de distinguir entre tecido saudável e tecido canceroso.
Em um dos experimentos, a equipe de Levenson apresentou 144 imagens em preto e branco e em cores a oito pombas. Após cada imagem, a ave deveria optar por uma tela azul ou amarela para indicar a qual categoria o tecido pertencia - saudável ou doente.
Cada acerto foi recompensado com comida. No caso de erro, as pombas seguiam vendo imagens. Em duas semanas, a precisão aumentou de 50% a 85%. Para evitar que as aves pudessem identificar as imagens por memorização, novas foram intercaladas.
O segundo experimento, para identificação de microcalcificações, que são geralmente associadas à presença de câncer, também foi exitoso.
Nem a ausência de cor nem a mudança na compreensão das imagens afetou a habilidade das pombas, segundo o estudo.
As respostas combinadas das oito aves deram um resultado final de 99% de precisão.
O único teste que mostrou resultados menos animadores foi um no qual os animais deveriam identificar massas suspeitas nas mamografias: conseguiram detectar sua presença, mas não determinaram se eram benignas ou malignas.
Há de se reconhecer, no entanto, que esta é uma tarefa extremamente difícil, inclusive para radiologistas com muita experiência.
Pombas no consultório?
Como é possível que um animal com um cérebro menor que a ponta de um dedo possa, depois de 25 dias de treinamento, colocar-se no mesmo nível de um radiologista experiente com anos de estudo?
Apesar do tamanho do cérebro, as aves têm uma grande inteligência visual que supera a de humanos. Enquanto os nossos olhos têm três receptores de cores, os destas aves possuem cinco.
Além disso, estes animais têm uma visão periférica melhor que a de seres humanos, disse Edward Wasserman, professor da Universidade de Iowa e co-autor do estudo.
Apesar disso, o talento recém-descoberto das pombas não significa que elas poderão substituir os radiologistas em consultórios médicos.
Pesquisadores acreditam, porém, que as aves poderão ser usadas para ajudar engenheiros a avaliar novas técnicas de análise por imagens.
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