Recentemente, a sonda espacial “New Horizons” nos enviou algumas imagens incríveis de Plutão. Pela primeira vez na história, tivemos uma vista privilegiada do último planeta (ou ex-planeta) do nosso sistema solar.
Mas há muito mais nesta história do que as novas paisagens de Plutão...
Em primeiro lugar, há uma enorme quantidade de surpresas científicas nessas imagens. Alan Stern, o principal pesquisador e força motriz da New Horizons, declarou, antes de termos as imagens, que todos deveríamos estar preparados para sustos quando tivéssemos um primeiro olhar de Plutão. Ele ressaltou que, inclusive, deveríamos estar preparados até para o pior tipo de susto.
Plutão poderia se parecer com a lua de Netuno, Triton. Ou, pior, poderia ser uma bola inerte de gelo.
Claro, acabou não sendo esse o caso. E os olhos arregalados de Stern (que ganharam quase tanto destaque quanto as fotos de Plutão) ao ver a primeira imagem já dizem muita coisa.
Revelações
A razão para toda essa excitação é que Plutão e sua lua, Charon, não são mais enfaticamente mundos inertes. A sonda New Horizons revelou que Plutão tem muito poucas crateras, o que significa que alguns fenômenos as apagaram. Sua superfície é dinâmica e está em constante renovação.
Cientistas planetários têm estimado que a superfície tem menos de 100 milhões de anos em alguns lugares, mas isso é apenas uma maneira cautelosa de dizer que algumas partes do planeta são relativamente “jovens”.
Ninguém sabe quantas crateras se formaram neste reino distante do sistema solar, então 100 milhões anos é uma estimativa até generosa demais. Partes da superfície de Plutão poderiam ter um milhão de anos, ou 100 anos. E inclusive partes de Plutão poderiam muito bem estar ativas agora.
Outros sinais
Há uma abundância de outros sinais de atividade.
Na parte inferior do gigante “coração” de Plutão, há cerca de 3.350 metros de altas montanhas. Elas provavelmente devem ser compostas de gelo de água.
Outras áreas congeladas também formam superfícies abundantes, incluindo nitrogênio, metano e monóxido de carbono, mas não são fortes o suficiente para suportar esses picos tão altos.
Criar essas montanhas de gelo gigante requer forças tectônicas poderosas de algum tipo.
De onde é que essas forças vêm?
É o que os cientistas querem saber. Agora, todas as energias estão, principalmente, focadas em descrever e catalogar as informações enviadas pela New Horizons. Isso significa que vai levar algum tempo para interpretá-las.
Outra imagem de Plutão em alta resolução mostra uma região ao norte das montanhas de gelo, uma paisagem totalmente diferente: uma extensão de planícies lisas, em grande parte interrompidas por vales e calhas.
Esta é uma área difícil de ser explicada. Ela tem uma concentração incomum de monóxido de carbono no gelo, mas não está claro se isso tem uma relação com a geologia peculiar da região. A única coisa que os cientistas podem dizer no momento é que esta é uma região de mudança ativa, uma vez que não há qualquer vestígio de crateras.
Caronte
A geologia ativa em Plutão já foi uma surpresa. Em Caronte, foi quase um susto.
Como em Plutão, grandes áreas da lua não possuem crateras. A superfície deve ter sido limpa por algum tipo de processo dinâmico. E, como em Plutão, não está claro que processo foi esse ou quando aconteceu, exceto que é recente em termos astronômicos.
São tantas emoções
A emoção de ver essas fotos inéditas é tão grande porque elas revelam conhecimentos que vão muito além de Plutão. Os cientistas planetários estão apenas começando a conhecer os mundos gelados do sistema solar. A maioria fica no Cinturão de Kuiper, a zona além de Netuno que pode conter 100 mil objetos com mais de 100 quilômetros de diâmetro. Plutão é o maior e mais brilhante membro desse grupo e, até agora, o único que tem sido estudado.[discovermagazine]
Nenhum comentário:
Postar um comentário