Quartel General do Exército.
Carta ao CMT Villas Bôas – Jogamos a Toalha?
Rio de Janeiro, 10 de maio de 2015
Exmo. Sr. Gen Ex EDUARDO DIAS DA COSTA VILLAS BÔAS
COMANDANTE DO EXÉRCITO BRASILEIRO
Preliminarmente, solicito a V. Exa que aceite minha apresentação: Cel Int Ref WALCYR MONTEIRO DA MOTTA (AMAN Tu69), vinculado ao Cmdo 1ª RM.
Encheu-nos de esperança a nomeação de V. Exa para o comando da Força; afinal, seu antecessor era homem de apenas duas expressões: “sim senhora” e “permissão para me retirar”. Subserviência total. Esqueceu-se de uma das máximas do General Manuel Luís Osório, o patrono da Cavalaria: “o soldado é obediente, mas não é servil”.
Todavia, General, estas esperanças começam a esmorecer. O 31 de março passou e V. Exa nada disse. Ordens de cima? Medalhas continuam a reluzir no peito de marginais condenados a prisão pela Justiça, com sentença transitada em julgado, e providências visando sua cassação não são tomadas, mesmo amparadas e, até, determinadas pela legislação em vigor; sua ordem do dia no Dia do Exército foi, usando nosso jargão castrense, uma ordem do dia M1.
Esperávamos General, algo mais, uma observação, um recado velado, uma insinuação de que o Exército, o Exército Brasileiro, o Exército de Caxias não aguenta mais ser enxovalhado, achincalhado, vilipendiado, recebendo missões de polícia, sofrendo um revanchismo injustificável, um revanchismo torpe, por aqueles que não se conformam terem sido derrotados na luta armada, tratado pior que os triários, a última linha das legiões romanas depois das quais a História nada mais fala.
Esperávamos General, algo como a circular do Gen Castello Branco em 1964. E note-se que, quando a escreveu, o General Castello era oficial general da ativa, Chefe do Estado-maior do Exército. Recordemos alguns trechos: “Os meios militares nacionais e permanentes não são propriamente para defender programas de Governo, muito menos a sua propaganda, mas para garantir os poderes constitucionais, o seu funcionamento e a aplicação da lei... Não sendo milícia, as Forças Armadas não são armas para empreendimentos antidemocráticos. Destinam-se a garantir os poderes constitucionais e a sua existência”.
Embora, à época, V. Exa provavelmente cursasse o ginasial (eu era aluno do 2° ano colegial do CMRJ) aposto ter tomado conhecimento deste texto. O General Paulo Chagas, em seu artigo “O ’Exército de Sempre’ e o Caminho do Dever, publicado no site “Ternuma” (www.ternuma.com.br/index.php/ art/2499-o-exercito-de-sempre- e-o-caminho-do-dever-gen-bda- paulo-chagas) tece comentários sobre o silêncio das Forças Armadas. Um trecho merece transcrição: “infelizmente entendo que, se as Forças Armadas continuarem silenciosas em relação aos atos e fatos que interferem em sua missão constitucional, ocorridos interna ou externamente, mantendo-se, por inação, coniventes com os projetos de poder do governo da ocasião, elas verão surgir, rapidamente, a cizânia e a quebra de coesão entre seus quadros e se transformarão (...) em milícias manipuladas pelo interesse corrupto dos políticos, mal equipadas, despreparadas e, principalmente, mais preocupadas em sobreviver do que em servir! Considero que a omissão é a mais destrutiva das atitudes de um soldado, e que será tanto mais destrutiva quanto mais alto seja seu posto ou graduação.”
Durante a luta armada (da qual não participei – as unidades em que servi não foram engajadas naquele combate) companheiros nossos receberam missão de exterminá-la. Cumpriram a missão! De armas nas mãos, com risco da própria vida e, pior, com risco de suas mulheres e filhos que ficavam expostos à sanha dos terroristas...
Para ver mais acesse:
Que venham! Por aqui não passarão!
BRAÇO FORTE!
ARMAS ENSARILHADAS ENFERRUJAM E EMPERRAM A LIBERDADE!
É GRAÇAS AOS SOLDADOS E NÃO AOS POLÍTICOS QUE A DEMOCRACIA SE ETERNIZA!
S E L V A !
VISITE MEU BLOG
R E P A S S E M !
Nenhum comentário:
Postar um comentário