sábado, 10 de janeiro de 2015

“INCOMPETÊNCIA/IDEOLOGIA DO GOVERNO PETISTA TRAVAM ECONOMIA DO BRASIL”



“INCOMPETÊNCIA/IDEOLOGIA 

DO GOVERNO PETISTA TRAVAM ECONOMIA DO BRASIL”...COMPETENTE DIAGNÓSTICO!

José Alexandre Scheinkman, um dos mais respeitados economistas brasileiros, dono de vasta produção acadêmica, deixará em setembro a Universidade de Princeton, onde se tornará professor emérito, rumo à Universidade Columbia. Algumas considerações que extraímos da sua entrevista para a Folha SP:
FSP: Que fatores têm se mostrado mais importantes para aumentar a produtividade do trabalho?
“Todos os fatores têm importância, mas a evidência mostra um papel muito importante da educação. Para cada ano a mais de educação, a produtividade do trabalhador aumenta muito. Obviamente, um trabalhador com mais capital à sua disposição também vai produzir mais. A saúde também é muito importante. Nos países que têm melhores indicadores de saúde, os trabalhadores são mais produtivos”.
FSP: Quais são as causas da baixa eficiência da economia brasileira?
“Há os casos de proteção setorial. As pessoas esquecem que a política setorial dificulta a vida das indústrias que usam o insumo do setor protegido. Elas acabam não podendo se tornar tão eficientes quanto as de países que têm acesso ao mesmo insumo a preço relativamente menor. A outra questão importante é o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Ainda não conseguimos criar uma estrutura de produção de pesquisa e desenvolvimento. Esse assunto já foi muito bem estudado pelos economistas. A taxa de retorno, ou seja, o aumento de produtividade gerado pelo investimento nessa área é enorme. E isso ocorre porque quem investe em pesquisa e desenvolvimento e recebe o retorno não é a única pessoa a lucrar”.
FSP: Por que não se investe mais em pesquisa e desenvolvimento no Brasil?
“Um amigo meu diz e eu concordo que um dos grandes problemas do governo brasileiro é a incompetência. Às vezes as políticas são extremamente prejudiciais ao país por incompetência, por exemplo, quando o governo controla o preço da gasolina. Isso levou ao aumento do congestionamento e da poluição e prejudicou uma das poucas tecnologias importantes criadas no Brasil, a da indústria do etanol. Não imagino que o governo decidiu gerar essas consequências. Mas alguém teve a ‘brilhante ideia’ de controlar a inflação mantendo o preço da gasolina estável e não pensou nas consequências”.
FSP:Há uma estagnação no processo de reformas importantes para o desenvolvimento econômico no Brasil?
“As reformas começam no início do governo Collor com a abertura comercial. Depois houve um período de paralisia. E voltaram a acontecer com Itamar, o Plano Real. Em seguida, outras reformas importantes foram feitas. Esse processo foi freado a partir do segundo governo Lula. Há seis, sete anos poucas coisas importantes estão sendo feitas. O governo tem se concentrado muito mais em políticas industriais, em intervir nos preços, em diminuir impostos setoriais e menos em resolver as grandes questões que poderiam melhorar a eficiência no Brasil, como o investimento em infraestrutura”.
FSP: Essa letargia tem a ver com a questão da competência?
“Há uma questão também de ideologia. Há reformas que precisavam ser feitas, mas que não atendiam à ideologia do governo. Outro problema importante é a baixa taxa de poupança. Então, o governo cobra muito imposto, mas tem gastos enormes e pouca capacidade financeira para investir, além da falta de capacidade e de competência do setor público”.
FSP: Esses fatores explicam a desaceleração econômica dos últimos anos?
“A desaceleração econômica dos últimos anos tem várias causas. Em 2008 e em 2009 a resposta à crise com política fiscal mais solta fazia sentido. O que não fez sentido foi achar que isso poderia ser permanente mesmo depois de a economia ter começado a se recuperar. A outra é o excesso de intervenção, como o controle do preço da gasolina. Cada uma dessas intervenções, de forma isolada, pode passar a impressão de que seus efeitos não são tão graves, mas, se você junta todas, começa a ter efeito na economia. E isso é parte do que estamos vendo agora. Também estamos sentindo o efeito da desaceleração da China”. 



















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